I Meu Retrato (VIDEO)
Não sou nenhum poeta, escrevo versos.
Só ponho em palavras pensamentos
que querem ver a luz por uns momentos,
sair da condição de submersos.
Por sorte elas rimam facilmente,
mas sem a leve graça da Sofia,
sem terem do Pessoa a poesia,
nem dor da Florbela tão ardente.
Invejo sobretudo o Camões.
Valeram bem a pena os dois tostões,
por tantas aventuras foi barato.
Se muito me esforçar, e sem desleixo,
talvez me aproxime do Aleixo
e deixe nestas letras meu retrato.
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2 comentários:
Esta muito bom este retrato teu..
que bom teres essa facilidade de fazer rimar as silabas...
Um abraço
"O amor comeu meu nome, minha identidade, meu retrato.O amor comeu na estante todos os meus livros de poesia.Comeu meu silêncio, minha dor de cabeça, meu medo da morte.O amor é bicho instruído.É duro o amor.O punhal dentro das flores,a lâmina disfarçada em aroma. Chora em mim um palhaço às piruetas.Amor é a coisa mais só,mais funda, mais infinita.Tudo é exílio. O amor, poeta, é como a cana azeda.Ah, se pelo menos o coração não tivesse memória..." e eu pudesse pendurar o teu retrato na memória dos meus dias... de Marc Tawil in "A canção que eu fiz prá você"
O teu retrato é genuínamente poético. Esse blog de sonetos é um passeio incrível na arte e no ofício de um Mestre!
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