Bem vindo

Aqui vais encontrar "o melhor das minhas veias" sob a forma de Sonetos.
A lista aqui ao lado , numerada e ordenada para facilitar a leitura, estará em constante crescimento "na louca esperança que tu leias".
Alguns Sonetos têm associado um pequeno video ou um slide show e estão assinalados.
Os Sonetos que aparecem na página inicial foram os últimos a serem colocados, por isso aconselho a começares pelo primeiro(ver lista).
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LXXV Amigos de Infância



Eu vejo os meus amigos de infância
(compinchas do pião, das caçadinhas,
dos bailes, dos engates das meninas)
agora não tão perto, à distância.

Estão secos enfiados nos seus fatos
Armani, Hugo Boss na etiqueta.
A vida opulenta, mas careta,
vazios, muito velhos, muito chatos.

Eu sou uma criança irreverente
num corpo de adulto. Bem diferente
procuro e consigo ser travesso.

Enquanto eles sofrem de azia
eu tento, com a minha poesia,
virar este meu mundo do avesso.

LXXIV Olhos Verdes



Os olhos que me fitam a um palmo
são verdes como duas esmeraldas,
as pestanas são compridas, são grinaldas…
Ao vê-los eu sossego, eu me acalmo.

Depois ela me franze o sobrolho.
O meu sossego logo vai a zero,
parece impossível mas não quero
estar tão perto deles, me encolho.

E fico encolhido, boca aberta!
É esta a atitude mais esperta,
não há querer, vontade, que resista.

Agora nem consigo mais falar!
Eu juro que até me falta o ar
sentado na cadeira da dentista.