
Não somos nem Romeu, nem Julieta.
Não sou nenhum Tristão, nem tu Isolda.
Tu és uma mentira que se molda
em volta duma mente inquieta.
Apertas-me, até me falta o ar.
Enrolas-me, jibóia decidida.
Tu és um adesivo numa ferida
que dói mesmo arrancando devagar.
Eu fujo, mais que corro, não me afasto.
Tu segues-me, farejas o meu rasto,
tu és alma penada que me assombra.
Desisto de correr, abrando o passo
cansado não resisto ao teu abraço.
Estás mais junto a mim que a própria sombra.
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