Bem vindo

Aqui vais encontrar "o melhor das minhas veias" sob a forma de Sonetos.
A lista aqui ao lado , numerada e ordenada para facilitar a leitura, estará em constante crescimento "na louca esperança que tu leias".
Alguns Sonetos têm associado um pequeno video ou um slide show e estão assinalados.
Os Sonetos que aparecem na página inicial foram os últimos a serem colocados, por isso aconselho a começares pelo primeiro(ver lista).
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LXXXIV Perfume

Voltaste, como pêndulo à solta.
Não sei quando tu voltas, é incerto.
Se ontem eras longe, hoje perto
baralhas-me a cabeça com a volta.

Não sei por onde andaste, fugidia,
não morta mas apenas escondida.
Lembrança, uma bela adormecida,
memória que procuro todo o dia.

Eu sei que vais embora com o vento,
nem olhas para trás por um momento,
mas deixas uma réstia de perfume.

A ele me agarro em tua ausência,
mitigo a tua a falta, a abstinência.
Com ele eu atiço este lume.

LXXXIII Sorte


Vesti a camisola do avesso.
Uns dizem que é azar, um mau sinal,
que algo, cedo ou tarde, corre mal.
Por mim, eu não me importo até mereço.

Passeio por debaixo duma escada,
tropeço em gato preto a toda a hora.
Não ligo! O mau-olhado vai embora,
e sexta-feira 13 não é nada.

Não trago amuletos ou mezinhas,
nos bolsos não há nada escondido,
nem patas de coelhos, nem cruzinhas.

Apenas sou um filho desta sorte
que teima em manter-me protegido
até da foice impávida da morte.

LXXXII ...Mas não te dou!



Eu tenho, para te dar, pó das estrelas,
o brilho de mil sóis tão cintilantes,
os ais e os gemidos dos amantes,
as noites de luar entre as mais belas.

Eu tenho, para te dar, o som do mar
num búzio que encosto ao teu ouvido,
respostas para teu qualquer pedido,
ternura de canções de embalar.

Eu tenho, para te dar, um par de asas
(podendo tu voar por sobre as casas
um voo que nenhum anjo voou),

um monte de palavras doces, ternas,
mil versos e até juras eternas.
Eu tenho para te dar…mas não te dou.

LXXXI Bravo!!!


Sorrio cada vez em que eu penso
na forma que te abres para mim.
Entregas-te dizendo: -Quero sim!
sorrindo num desejo tão intenso.

Eu guio-te os gestos carinhoso.
Tu deixas-te guiar qual aprendiz,
atenta ao que a minha boca diz,
tu levas-me contigo nesse gozo.

Agora és tu que pedes, já ardente,
num grito que se torna exigente
que faça o que tu queres, como escravo.

Eu dou-te o meu corpo por inteiro,
nem sinto qual dos dois chegou primeiro.
Ah! Foi ao mesmo tempo!?! Então, Bravo!!!