Bem vindo
Aqui vais encontrar "o melhor das minhas veias" sob a forma de Sonetos.
A lista aqui ao lado , numerada e ordenada para facilitar a leitura, estará em constante crescimento "na louca esperança que tu leias".
Alguns Sonetos têm associado um pequeno video ou um slide show e estão assinalados.
Os Sonetos que aparecem na página inicial foram os últimos a serem colocados, por isso aconselho a começares pelo primeiro(ver lista).
Aprecia, comenta e se possível devolve-me um sorriso para silveriocalcada@gmail.com
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CIII Nasceu o Guilherme
Que giro! Vermelhinho, morenaço,
O Gui é um bebé delicioso.
Parece um astronauta curioso
Perante a grandeza do espaço.
Pudera! Até hoje só viveu
Na concha recatada e maternal,
Quentinho no seu ninho pré-natal,
Espaço de silêncio e só seu.
Agora tem o mundo à sua frente
E toda a família, pois então,
De braços bem abertos, comovida.
E tudo é tão novo e diferente...
Há luz, há som, há cores, confusão.
Depois do nascimento há a vida.
CII VOYEUR
Conheço os teus gestos distraídos,
o brilho dos teus olhos se sorris,
o branco dos teus dentes quando ris,
o som da tua voz nos meus ouvidos.
Discreto,recatado e com pudor,
consigo, mesmo assim, admirar
o modo como bailam, ao andar,
as curvas do teu corpo sedutor.
Apenas não conheço o teu afecto,
o cheiro em teu recanto mais secreto,
nem sei qual o sabor em tua pele.
Por certo serão todos um prazer
que nunca irei provar ou irei ter,
mistura de salgado e doce mel.
CII INSOMNIA
Agora já não conto carneirinhos
na hora de querer adormecer.
Poisei até o livro que ando a ler,
cortei o meu descanso em bocadinhos.
Prefiro imaginar-te ao meu lado,
deitada, ronronando em preguiça.
Nos olhos já me cresce a cobiça,
o corpo também cresce, excitado.
E passo a noite em branco, em conjecturas,
sonhando com teus beijos e ternuras,
carícias do teu corpo contra o meu.
Pior é quando chega a alvorada...
Acordo agarrado à almofada
e nada, nada disto aconteceu.
CI PAIXÃO
Paixão? É este fogo abrasador
que arde consumindo-me o sossego,
é bicho que me morde, qual morcego,
e suga todo o meu interior.
Pareço mais um burro condenado
à nora e à sua escravidão,
um pássaro que escolhe a prisão
em vez de voar livre deste fado.
Por sorte a paixão traz a alegria
de ver assim nascer a poesia
que cresce ao mesmo tempo que o desejo.
Se aquela se amansa no papel,
já este não sossega, e cruel,
ataca cada vez que eu te vejo.
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