Bem vindo
Aqui vais encontrar "o melhor das minhas veias" sob a forma de Sonetos.
A lista aqui ao lado , numerada e ordenada para facilitar a leitura, estará em constante crescimento "na louca esperança que tu leias".
Alguns Sonetos têm associado um pequeno video ou um slide show e estão assinalados.
Os Sonetos que aparecem na página inicial foram os últimos a serem colocados, por isso aconselho a começares pelo primeiro(ver lista).
Aprecia, comenta e se possível devolve-me um sorriso para silveriocalcada@gmail.com
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XC Adoro esse teu travo agridoce
Adoro esse teu travo agridoce,
mistura tão exótica, gourmet.
Nem mesmo sei dizer bem o porquê
dum gosto que nasceu em mim precoce.
Canela com gengibre ou hortelã,
gelado de pistachio e chocolate,
as gotas de limão no abacate,
o doce e o azedo da romã.
O doce é dos teus lábios sumarentos,
da boca entreaberta por momentos
da língua, da saliva açucaradas.
O acre vem do fundo que me tenta,
da carne tentadora, suculenta
das gotas do teu corpo mais salgadas.
LXXXIX Esquece essa ruga prematura
Esquece essa ruga prematura,
a cor que esmorece os teus cabelos,
os dentes cada vez mais amarelos
e olha para ti com mais ternura.
Esquece o teu corpo já flácido
e esse teu andar periclitante.
Repara mais em ti por um instante
mas sem esse azedume, esse ácido.
Encara o espelho sem temor.
A vida, com mais dor ou menos dor,
moldou desta maneira o teu ser.
Se achas que a Vida foi injusta,
se essa tua imagem te assusta,
vais ver o que a Morte vai fazer.
LXXXVIII A mim não me incomoda a idade
A mim não me incomoda a idade.
Estou cada vez mais experiente,
mais sábio e quiçá inteligente,
mais solto, mais liberto, à vontade.
A mim não me assusta o futuro
(já venho atrás dele do passado)
e vivo o presente descansado.
Por isso ainda hoje me aventuro.
Não fujo da surpresa da paixão,
adoro essa doce comichão
que sinto cada vez que me apaixono.
Eu finjo que me entrego, me ofereço
mas minha liberdade não tem preço.
Sou livre, sem amarras e sem dono.
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